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Uma viagem a Grécia.

Esta semana em nosso encontro freak resolvemos degustar vinhos de um país que tem grande tradição vinícola mas que não vem sendo muito conhecido pelos tomadores de vinhos, a Grécia. Conhecida por utilizar castas autóctones a Grécia por muito tempo não tinha muito crédito no mundo vitivinícola por produzir vinhos com características de oxidados ou maderizados. Um vinho também conhecido por retsina, normalmente branco, onde adicionava-se a resina do pinus durante a fermentação acabou por desprestigiar muito aquela região. Graça ao deuses gregos as coisas começaram a mudar e surgiram novos produtores fazendo vinhos de qualidade impressionante, especialmente os brancos e licorosos.

Apenas a título de informação a Grécia também possui um sistema de apelação de origem com a França, o topo da cadeia são os vinhos com a denominação OPEs que equivale a AC (Appellation Controllé). São 8 na Grécia e todos de vinhos fortificados. Logo abaixo vem as OPAP’s, que equivalem as VDQS ( Vin de Qualité Superior) e são 25 na Grécia.

Iniciamos nossa degustação com dois vinhos brancos, depois passamos para três tintos e por fim um licoroso. Vamos aos vinhos.

Domaine Sigalas – Assyrtiko 2010 – Santorini (Branco) 14,2% álcool.

Este é considerado um dos melhores produtores da Grécia no que diz respeito a vinhos brancos. Este vinho que vamos degustar arrancou nesta safra nada menos do que 91 pontos na WS e 92 pontos na WE, figurando na lista dos TOP 100 nos EUA. Diz-se que é um vinho branco que pode envelhecer quase 10 anos com maestria

Meus amigos, que início de noite, que grande vinho, visual amarelo com toques dourados marcantes, no nariz uma biblioteca, toques de hortelã, ervas frescas, logo aparecem notas de frutas brancas, mineral, mel. Muito intenso. Na boca rouba a cena, grande equilíbrio, inicia fresco, com grande acidez e amargor muito agradável, logo vem seu peso álcoolico, com muita untuosidade, final de boca muito longo, e muitíssimo gastronômico. Como um apaixonado pelos vinhos brancos para mim a noite já estava ganha, um vinho que deve ser degustado. É importado pela Decanter.

Thalassitis Assyrtiko OPAP 2010 Santorini (Branco) 

 THALASSITIS é produzido a partir de Santorini, variedade de uva branca indígena, Assyrtiko. Talvez é a única variedade no Mediterrâneo que consegue combinar a plena maturidade de uvas com acidez consideravelmente elevada, apesar das condições climáticas específicas da Ilha. Este fato é um fator essencial para a realização de balanço de sabor em vinhos brancos secos.

Muito similar com o Sigalas degustado anteriormente, na coloração um pouco menos intenso, amarelo esverdeado, no nariz menos aromático, com toques de ervas. Na boca duro, com amargor já característico, grande acidez e mineralidade, final de boca muito longo e gastronômico. Um belo branco mais ainda ficamos todos com o Sigalas pelo balanço peso / acidez. Importado por Mistral

Agiorgitiko by Gaía 2009 – Nemea PDO (Tinto) 

Começamos nossa sequencia de tintos, Interessante, uma casta diferente, no nariz toques de frutas vermelhas,  geléia, toques de carvalho perceptíveis, bem elaborado, sem arestas, no boca bom volume, álcool equilibrado, taninos marcantes mas domados, fáceis, final de boca longo, lembra um pouco alguns pinots do novo mundo. No visual rubi de pouca intensidade. Gostamos do vinho, a impressão é de um vinho mais moderno feito para um mercado mais padronizado. Importado por Mistral.

Gaía Estate OPAP Neméa 2005 – Nemea (Tinto)

ESTATE GAIA é produzido a partir de uvas cultivadas em vinhas de 7ha em Koutsi aldeia de Neméia, a uma altitude de 550m. O vinho amadurece durante pelo menos 12 meses em novos barricas francesas (225lt) e é engarrafado sem tratamento prévio, tais como a refrigeração ou filtração, a fim de preservar o melhor de todos os seus elementos essenciais.

Entramos num vinho com mais maturidade, vermelho rubi com toques granadas, no nariz toques licorosos, levemente oxidados, frutas negras cozidas, elegante, na boca primeiro ataque vigoroso, maduro, confirma nariz, taninos macios e final de boca muitíssimo elegante, um grande vinho, estilo Bordeaux envelhecido. Importado por Mistral.

Avaton 2004 – Gerovassiliou – Epanomi (Tinto) 

Uma mistura deliciosa de três uvas gregas indígenas: Limnio, Mavroudi e Mavrotragano. Limnio, mencionada pelo filósofo Aristóteles como “Limnia ampelos” (vinha das Limnos, ilha grega), é a mais antiga casta grega atestada.

Totalmente fermentado em tanques de carvalho, onde segue a fermentação maloláctica, o vinho é envelhecido até 18 meses em barricas novas de carvalho francês.

Para o grupo foi o tinto da noite, vermelho violáceo muito intenso, no nariz aromas de ameixas negras passas, couro, toques animais. Na boca um vinho maduro, rico, muito intenso, seus anos de garrafas mostram-se com grandeza, taninos macios. Final de boca longo e muito agradável. Um daqueles vinhos para se harmonizar com um belo prato ou ser degustado sozinho. Importado por Mistral.

Anatolikos OPAP Neméa 2000 (Licoroso Tinto) 

ANATOLIKOS, que significa “vindo do Oriente”, é produzido por cachos cuidadosamente selecionados de uvas Agiorgitiko das encostas da Koutsi em Neméia, que são deixadas para secar lentamente sob o sol ameno do outono grego. Após 3 a 4 semanas, recolhem-se as uvas semi-secas e são pressionadas até a última gota, quando são extraídas, resultando em uma pequena quantidade de mosto aromático e altamente concentrado. Então, uma fermentação lenta leva ao nascimento deste vinho doce.

Nada como um vinho de meditação, cor granada, aromas incríveis de licor de ervas, cassis, geleias de amora, na boca o tempo para, grande doçura mais incrivelmente balanceada com sua acidez, um caldo para se tomar sozinho ou casado com um grande chocolate amargo 70% ou um habano de grande classe. Para mim junto com o primeiro branco foram as duas revelações da noite. Com certeza quero estas duas garrafas em minha adega particular.

No geral achamos que os vinhos brancos foram sublimes junto com o licoroso. Os vinhos tintos foram bons na média mas um pouco caros. Importado por Mistral.

 

 

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Um passeio pela África do Sul

Um passeio pela África do Sul

Esta semana em nosso encontro Freak organizamos uma degustação com vinhos da África do Sul, todos tínhamos uma boa expectativa não só por alguns vinhos que já conhecíamos mas principalmente pela seleção que havíamos feito. Bem, nossas expectativas foram superadas. Ficamos impressionados com a qualidade geral dos vinhos. Podemos ver com clareza como este país esta se destacando pela qualidade de seus vinhos brancos e tintos e não somente pela tão falada Pinotage. Vamos ver um pouco dos rótulos degustados nesta noite especial.

Glen Carlou Chardonnay 2010

Amarelo palha levemente dourado e marcado. Este chardonnay teve 10 meses de estágio em barricas, contudo, apenas 30% novas, o restante barricas de segundo e terceiro uso. Apesar de ser o vinho de entrada na linha dos brancos, apresenta uma estrutura de boca interessante.

No nariz aromas minerais com toques de côco e frutas brancas. Média intensidade.

Na boca acidez presente mas pendendo mais para seu lado macio, amplo, final de boca com bom amargor, quase um breve tanino, talvez pelo carvalho. Importado por Decanter

Glen Carlou Quartz Chardonnay 2010 – Single Vineyard

Este vinho vem de vinhedos únicos (single vineyard) provenientes de solos com fragmentos de quartzo. Passa por um afinamento de 11 meses em barricas de carvalho francês novas. De coloração amarelo palha com reflexos dourados mais intensos, no nariz muito elegante e complexo, toques de pederneira, côco branco, geléia de laranja, notas defumadas, boa intensidade.

Na boca grande, primeiro ataque muito amplo, acidez incrivelmente balanceada com seu peso, Final de boca marcante, longo, duro e amargo mas muitíssimo agradável. Seu estágio em carvalho não influenciou de forma negativa, pelo contrário, apenas engrandeceu a obra.

Vale a diferença de preço em relação ao Glen Carloy Chardonnay de entrada. Importado por Decanter

Hamilton Russel Pinot Noir HVR 2009 – 13,5%

Este era um dos vinhos grande expectativa da noite, tínhamos ótimas referencias e, como qualquer grande Pinot, gerou muita controvérsia no grupo, alguns adoraram, outros nem tanto. Um tinto de coloração vermelho Rubi de media intensidade, primeiro momento aromas animais no nariz, carne crua, um pouco desagradável,  após alguma aeração abre-se e vem a tona suas notas típicas, frutas vermelhas, amoras frescas, muito sutil e elegante. Na boca um típico Pinot da Borgonha, frutas e acidez muito marcadas, feminino, final de boca muito agradável. Belíssimo vinho. Importado pela Mistral

Porcupine Ridge Syrah Boekenhoutskloof South Africa 2010

Como sempre acontece, elegemos um custo / benefício da noite, não é necessariamente o melhor, mas aquele que todos comprariam pelo seu preço e qualidade, e neste caso foi este Syrah. Vermelho rubi intenso, lindo, nariz com boa pegada, toques de especiarias, cravo, pimenta preta, mentolado, na boca um vinho franco, levemente metálico, taninos presentes mas domados, não muito amplo mas agradabilíssimo. Um Syrah a ser conhecido e degustado. Mistral

 

Kanonkop Pinotage 2009 14%

Ficamos realmente impressionados com esta linha da Kanonkop, incrível a consistência e qualidade de todos os vinhos que degustamos. Alguns conhecedores costumam comparar esta vinícola a alguns Grand Crus tamanha qualidade de seus produtos.

Este Pinotage apresentou cores vermelho rubi intenso, velado, nariz muito intenso, frutas negras cozidas, toques licorosos, aromas levemente mentolados e maduros,

Na boca belíssimo, maduro, muito amplo, elegante, parece um vinho com mais idade do que tem, final de boca muito agradável, um vinho para ser tomado com um prato ou solo. Belíssimo. Mistral

Kanonkop Paul Sauer 2008 –  Cabernet sauvignon 69% / Cabernet Franc 22% / Merlot 9%. 13,5%.

Este corte bordalês impressionou o grupo, eue vinho, que conjunto. No nariz aromas de cogumelos secos, couro, especiarias, especialmente cravo, muito maduro, na boca uma sinfonia de sabores e percepções, grande, volumoso, acidez em perfeito equilíbrio. Volume de boca e corpo, final de boca muito longo.Maravilha. Mistral

Boekenhotskloof Syrah 2009

Bem, da mesma forma que sempre temos o custo / benefício da noite também temos  a revelação, e foi para este Syrah. Um vinho carnoso, grande, amplo, seu nariz estava maravilhoso mas sua boca foi o “time freazzing da noite, incrível, inicia discreto, elegante, e cresce, muito amplo, maravilhoso, final de boca marcante. Um vinho gastronômico, o pernil de porco que nos aguardava começou a chamar. Para quem gosta de um bom e potente syrah não pode deixar de conhecer este caldo. Mistral

 

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Encontro freak: Nova Zelândia

Esta semana tivemos mais uma grande reunião dos winefreaks e nosso tema da vez foi a Nova Zelândia. Fizemos uma longa pesquisa até chegarmos aos vinhos escolhidos, tenho de dizer que tive algumas decepções e outras surpresas maravilhosas. Antes de falarmos dos vinhos quero deixar meus parabéns ao chef Gulherme Sperry que nos recebeu em seu restaurante Bergamota do Ecoparque Sperry. Como da última vez nos surpreendeu com a escolha e preparo dos pratos. Desde as entradas, uma mescla de bruschettas com tapas cobertos com uma caponatta maravilhosa, seu prato principal a base de salmão para harmonizar com os vinhos e a sobremesa com tendencia thai fusionada com ingredientes brasileiros foi simplesmente demais.

Bem, vamos falar um pouco dos vinhos da noite. Iniciamos com um espumante (Sparkling wine) Sileni Cellar Selection / Hawke’s Bay. Os espumantes deste país não tem grande destaque, apesar de terem alguns produtos interessantes com certeza não é seu forte, este realmente não impressionou, nada de errado, mas fica atrás de muitos bons espumantes nacionais. O interessante deste foi após algumas horas na taça, evolui para aromas licororos impressionantes, mesmo já sem gás carbônico convidava para um gole deste licor. Média de preço de R$ 70,00, importado no Brasil pela Mistral

Na sequencia passamos para um branco, Kumeu River 2008 Village Chardonnay – River Mates. Sempre que falamos em brancos da Nova Zelândia pensamos em um Sauvignon Blanc crocante, e com razão, estão entre os melhores do mundo, mas queríamos provar algo diferente então fomos atrás deste Chardonnay. A Kumeu River é conhecida por produzir os melhores Chardonnays da NZ ano após ano, contudo este não nos conquistou totalmente. Um vinho bom, nariz discreto, mescla de frutas brancas com pomelo, sem passagem por carvalho. Na boca ótimo equilíbrio, sem defeitos, faltou-lhe um pouco de acidez para sustentar seu álcool, final de boca curto mas agradável. Não vejo este vinho acompanhando muitos pratos devido a seu corpo fácil. Preço de mercado na faixa dos R$ 100. Importado pela Mistral

Seguindo nos brancos chegamos no forte deste país, os Sauvignon Blancs, como não poderia ser diferente degustamos um caldo maravilhoso. Greywacke Wild Sauvignon Blanc 2009 / Marlborough. este vinho produzido pela enóloga Kevin Judd mostrou-se um belo exemplar, não muito comun para os Sauvignon, este passou por um estágio rápido de carvalho de segundo e terceiro uso, passando uma complexidade interessante a sua acidez característica. No nariz grandes aromas, iniciou com frutas brancas frescas, lichia e maracujá e evoluiu para aromas mais complexos e adoçicados, caramelo queimado e creme de baunilha. Não muito intenso, mas elegante. Sua boca confirmou o nariz, muito gatronomico, vale a pena conhecer. Importado pela Porto a Porto custa na casa dos R$ 130,00

Seguindo nosso caminho pelos brancos caimos numa proposta diferente, um Riesling. Graggy Range Single Vineyard / Glasnevin Gravels / Wairapa – safra 2008. Este é um Riesling vinificado ao estilo dos Alsacianos, com um açúcar residual beirando quase as 30 gr/l. Um grande vinho, esta doçura final cria um balanço incrível com sua acidez marcante, muito amplo com um final de boca longo e marcante. No nariz é discreto, até senti falta de mais intensidade, aromas herbáceos, alecrim, grama cortada. Um vinho a ser degustado. Importado pela Decanter custa algo em torno de R$ 140,00

Partimos agora para os tintos, tivemos um duelo de titãs, dois grandes Pinot Noir. Iniciamos com um vinho da Martinborough Vineyard, o Te Tera Pinot Noir safra 2009. Resolvemos por este vinho no encontro pois a pouco tempo em uma degustação internacional dos maiores Pinots do mundo este vinho bateu nada menos do que o La Tache! Um vinho de R$ 200 a garrafa batendo a cega um vinho de R$ 3.000. Tenho de dizer que fiquei realmente impressionado com o que degustamos, sem sombra de dúvidas um dos maiores Pinots que tomei nos últimos dias, e estou colocando muitos Borgonhas nesta comparação. Este é um daqueles caldos para se ter uma caixa na adega e ir tomando uma garrafa de tempos em tempos. Perfeito. Importado pela Mistral.

Na sequencia provamos outro grande Pinot da região de Central Otago da Vinícola Felton Road, seu Cornish Point 2009. Mais opulento que o Te Tera, mais ao estilo Novo Mundo, um grande vinho, rubi característico, aromas de frutas vermelhas cozidas e um toque de terra molhada. Boca ampla, com acidez marcante e muito frescor, alcool bem marcado. Particularmente ainda fiquei com o Te tera.

Que grande encontro, para os apaixonados por grandes brancos e a feminilidade e elegância de um grande Pinot, a NZ é um país a ter seus vinhos explorados.

Um grande abraço e vida longa aos Winefreaks.

 
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Publicado por em 12 de novembro de 2011 em Dicas, Novidades, Sem categoria

 

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